segunda-feira, 7 de abril de 2008

Mulher do século 20.


Eu navegando por aí, encontrei um site com o Banco de Dados com todas as publicações da Folha de São Paulo, desde a década de 20. Dentre as muitas pérolas, essa me chamou a atenção.

Divirtam-se.( A grafia foi mantida na íntegra)




Publicado na Folha da Manhã, domingo, 5 de maio de 1929


Das mulheres.


Ellas julgam os homens capazes de acções taes, que elles se tornam comprehendidos por ellas em toda a extensão do vocabulo.
Uma mulher, as vezes, é um poema pela manhã, uma asneira ao meio-dia e um remorso à noite.
Na imaginação do homem ha sempre um logar para um nome de mulher.

Substitue nella as horas vasias.
A maior fraqueza do homem é ter por complemento a mulher.
Os poetas são delinquentes da belleza quando comparam um rosa a uma mulher.
As mulheres reivindicam um direito que jamais terão: - a altura "politica" do homem.

Estes, por sua vez, reconhecem nellas apenas um direito: - serem toleradas...
O que mais sentimos de uma mulher, que a nossa illusão envolveu, é a saudade.
Uma mulher, de longe, commanda nossos actos.

De perto, destroe nossas tentativas.
As mulheres são amadas por fatalidade.

E, por fatalidade, fazem do amor o logar-commum da vida.
Os philosophos materialistas repousam suas idéas na mulher.
Os homens escravisam-se das mulheres para dar-lhe apenas uma certa importancia.
Na Historia encontram-se nomes de mulheres que alli tiveram ingresso por um deslise dos homens.
Eva: - Illusão de que o inferno é um paraiso.

2 comentários:

Ana Paula disse...

Mila!
o blog ta show!!
.. passarei aki mais vezes..

beijo!!

Sandro Sell disse...

Mas, afinal de contas, como entender esse ser que nos encanta e nos afunda? Com mulheres estamos sempre na corda bamba, vievemos errando com a melhores intenções e acertando por acaso...
Quando pedimos um manual de instruções, vocês dizem que basta ter sensibilidade... quando, por obediência, somos sensíveis, somos advertidos para "ter postura de homem!". Vai saber!
Aí metemos os pés pelas mãos. Juramos independência e superioridade!
Para, ao final, concluir que se vocês não fossem a razão de tudo, nós não teríamos quê nem por quê. É duro.