terça-feira, 8 de abril de 2008

Metade da maçã de Eva.


Eu levei séculos para descobrir e entender o que Shakespeare já dizia.
Anacrônica, atrasada!
Só hoje eu confirmei que não importa o quanto uma pessoa te ame, ela vai te fazer sofrer.
E isso é um ciclo, no qual me incluo. Acredito, por pretensão ou não, que já fiz algumas pessoas inundarem seus travesseiros, por verdades ou grosserias que eu cometi.
Assim como já passei também boa parte de algumas noites, contribuindo para o desmatamento com meus lenços de papel.
E descobri uma boa nova, por assim dizer; Ninguém morre de amor.
Bem que esse ditado existe desde a época da minha vó, mas só agora eu entendi. Fazendo juz novamente ao meu atraso.
Não sei até que ponto isso é ruim. Nem sei se é bom.
A única coisa que consegui assimilar na noite de ontem, é que se essas verdades tivessem sido reveladas a mim desde sempre, eu não teria me entregado tanto aos amores que tive.
Não teria confiado tanto nas pessoas, por prever que elas me fariam sofrer.
Se eu soubesse que é impossível morrer de amor, eu teria deixado ele (o amor) partir na primeira desilusão.Mas não, eu o agarrei forte...porque sempre tive medo da morte.
Porém a vida me deu consciência, assim como a fruta deu à Eva.
Me ensinou sobre decepções, em aulas práticas.
Me ensinou que elas nunca vão parar, a menos que eu viva isolada.
Me ensinou que as pessoas machucam. Amam e machucam simultaneamente.
E eu penso que aprendi.
Hoje eu posso escolher quando e como quero sofrer.
Posso escolher também se quero amar ou não.
Mas não posso escolher de quem me virá isso.
Essa é a parte que eu e Eva ainda buscamos.
Acho que a gente comeu só metade da maçã.



Kamila V.