quarta-feira, 11 de junho de 2008

Droga de texto


Eu não escrevo por obrigação. Eu escrevo porque é um vício.
É um vício estranho, eu sei. Tem momentos que eu risco, risco e rasgo tudo.
Tem outros que surge aquela história..aquela que eu queria taaanto falar e não tem papel.
Tinha um bloco na bolsa.
Mas tava com dificuldade de encontrar coisas como carteira e telefone entre a papelada. Aí depois de muitas ligações perdidas (pelo tempo da procura do celular...) e sustos do tipo:" Caaara cadê minha carteira!!", eu resolvi tirar o bloco de lá porque ele tava ferrando com a minha vida.
Agora escrevo quando dá.
Mas a mente martelando toda hora, me encomoda.
Me encomoda o fato de não poder esvaziá-la.
De não pôr pra fora os pensamentos todos.
Não poder digerí-los, engorda minha cabeça.
Definitivamente, o papel é o meu metabolismo mental.
Mas escrever tem lá suas desvantagens...
Eu falei pra uma amiga, que se eu pudesse eu mudaria a forma de comunicação. Pra mim o ideal seria falar com bilhetes, cartas, rabiscos.
Depois das letras, me tornei um zero(nem à esquerda, nem à direita) em oratória.
O prazer de falar diminui proporcionalmente à quantidade de textos que escrevo.
Mas mesmo correndo o risco de emudecer, de acabar com as àrvores do planeta, de não atender ligações e de ficar sem dinheiro e documentos por minutos...
Mesmo que me peçam o favor de parar, que critiquem, ou que nem leiam...
Mesmo com todos esses mesmos, sinto...mas não consigo.
Acreditem, é por não conseguir, que não largo isso.
Assim como todo vício tem das suas alucinações, quando olho um papel em branco, surto com seus pedidos pra que eu escreva.
Talvez eu precise mesmo parar de escrever.
Talvez eu precise dar um tempo.
Amarrar as mãos e os pensamentos.
Atender ligações...





Alguém sabe aí uma clínica de reabilitação para escritores?